Após reunir-se em Brasília com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, o ministro da Defesa, Celso Amorim, disse nesta terça-feira que o governo ainda não escolheu o modelo de caça que será comprado na concorrência internacional que tem a norte-americana Boeing como uma das três participantes.
Por Demétrio Weber Agência O Globo: terça feira, 24 de abril de 2012
BRASÍLIA – "É uma decisão que a presidente vai tomar", disse Amorim. Segundo ele, prova de que a decisão ainda não foi tomada é o fato de ele ter conversado sobre o assunto com Panetta. Do contrário, afirmou Amorim, teria sido uma indelicadeza discutir o tema, caso o martelo já tivesse sido batido. "Não há nada decidido."
Segundo Amorim, o secretário dos EUA forneceu "elementos adicionais" sobre a transferência de tecnologia oferecida na negociação, caso o Brasil compre os caças SuperHornet da Boeing. Amorim não especificou que elementos adicionais foram trazidos por Panetta e declarou que não há prazo para a tomada de decisão.
A secretário de Defesa dos EUA disse acreditar que a oferta americana atende às necessidades do Brasil:
- Nós fizemos uma oferta para o SuperHornet. É uma aeronave avançada que seria oferecida à Força Aérea Brasileira. Nós acreditamos que, com isso, poderíamos oferecer ao Brasil a tecnologia de caças que o país precisa no futuro – disse Panetta.
Boeing F 18 Super Hornet, um dos classificados pela FAB e o caça mais utilizado pela marinha americana. Foto divulgação.
Sentado ao lado de Panetta durante a entrevista, Amorim disse que falou ao colega americano sobre a decepção brasileira com a decisão dos EUA cancelar a compra de aviões da Embraer, que havia sido a empresa escolhida em negociação nos EUA que acabou suspensa a pedido de uma concorrente. Segundo Amorim, Panetta garantiu que a negociação será retomada de forma isenta.
Gripen NG monomotor da SAAB sueca o preferido da FAB. Foto divulgação.
Panetta, por sua vez, destacou a importância do Brasil no cenário mundial: "O Brasil é uma potência global. É uma força positiva para a estabilidade. Não apenas nas Américas, mas no mundo inteiro", declarou, acrescentando que as relações militares dos EUA com o Brasil estão num ponto de proximidade que antes só ocorrera durante a segunda Guerra Mundial.
O encontro dos dois ministros é resultado de acordo firmado entre os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff, na última visita de Dilma aos EUA. Segundo os dois, a ideia é cooperar na troca de informações sobre segurança cibernética, expandir a pesquisa na área de defesa e colaboração em resposta a desastres e ajuda humanitária.
O Rafale frances o escolhido pelo ex-presidente Lula. Foto divulgação
Amorim disse que a intenção é aprofundar a relação. Referindo-se à negociação dos caças, ele afirmou: "Não é só compra e venda. É a capacidade de criar parcerias." Para Amorim, mudou a lógica da relação: antes, disse ele, aos EUA não interessava que o Brasil fosse militarmente bem equipado. Agora, isso mudou.- Para sermos parceiros efetivos, é preciso entender que um país como o Brasil tem que se equipar adequadamente – disse Amorim.
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