Tornar-se o piloto mais jovem a dar a volta ao mundo a bordo de um monomotor. Esse é o desafio que Walter Toledo, de apenas 20 anos, pretende realizar no prazo de 30 dias, percorrendo 11 países. Com essa viagem o brasileiro poderá entrar para o GuinessBook como o comandante mais jovem a fazer o 360º ao redor do planeta. A expedição custará 200 mil reais, e terá o consumo de 11 mil litros de combustível para 125 horas de voo.
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360Graus: 04 de julho de 2012
por Sara Nanni
Intitulada “Brasil Voando Alto”, a expedição partiu nesta terça-feira (3) do Aeroporto dos Amarais, em Campinas. O brasileiro tocará o solo dos EUA, Canadá, Dinamarca, Islândia, Inglaterra, França, Alemanha e Rússia.
Apesar da pouca idade e da falta de experiência – o piloto está há apenas um ano na aviação e soma 540 horas de voo – Walter diz que pretende motivar os jovens a superarem seus próprios limites e também mostrar ao mundo o potencial do Brasil e do povo brasileiro. "Experiência eu realmente não tenho, mas seguirei todos os roteiros, conselhos e um check-list para que tudo dê certo. Quero mostrar que o jovem brasileiro é tão bom quanto qualquer outro. Tenho orgulho de ser brasileiro, pois meu país é uma potência mundial, e quero que todos também tenham esse sentimento”, enfatiza Toledo.
O monomotor Piper Malibu Matrix que será usado na expedição – Foto do facebook
A Gema Brasil é a responsável por dar ao projeto Brasil Voando Alto todo o apoio “em terra” – o que envolve desde a captação de patrocínios e gestão dos conteúdos, até questões de logística e de trâmites nos países.
Junto com Walter, viaja somente o amigo e fotógrafo Eduardo Fleury. A viagem não terá co-piloto, já que o recorde mundial de volta ao mundo é de um jamaicano que fez a expedição pilotando sozinho.
Equipe do Brasil Voando Alto Walter Toledo e Eduardo Fleury juntos com Gérard e Margi Moss, conversa Rica de dicas e considerações importantes! Foto do Facebook
Viagem experimental
Como parte dos preparativos do projeto foi realizada em maio uma viagem experimental para as Ilhas Falklands, na qual foi possível checar todos os componentes técnicos e de aferição de autonomia da aeronave, além de identificar possíveis dificuldades burocráticas na permissão de voo que poderão ocorrer durante o projeto.
O principal desafio durante o voo foi a temperatura, que chegou a 37 graus negativos na travessia sobre o mar, e poderia congelar o combustível e confundir os equipamentos de orientação.
Roteiro da viagem – Foto Facebook
Saindo da cidade de Campinas, no interior de São Paulo, o avião sobrevoou Porto Alegre (Brasil), Rivera (Uruguai), Mar Del Plata (Argentina), chegando a Comodoro Rivadavia (Argentina) para abastecer, seguindo em um voo noturno para Port Stanley (Falkland). A chegada da equipe foi em São Paulo. A viagem para as Falklands foi realizada em quatro dias, com 28,5 horas de voo e 5.250 milhas náuticas percorridas.
Desafios
O piloto explica que uma das dificuldades será voar em lugares onde pouca gente voa, pouco habitados e inóspitos, como a Groelândia, o oriente da Rússia e o Alasca. "As condições meteorológicas podem mudar muito rápido nessas localidades. Quedas de temperatura abruptas também me preocupam", conta Walter.
No trajeto da expedição estão programadas 30 paradas para abastecer a aeronave, sendo que duas serão destinadas a sua manutenção.
A família de Walter, presente no momento da decolagem, mostrou-se preocupada com a expedição, mas está confiante de que tudo dará certo. As avós do piloto, Dalila Botelho Toledo e Elba Auada, e os pais, Sérgio Toledo e Ana Carolina Auada, disseram que sempre concordaram com a expedição, incentivando e acreditando no jovem piloto.
Para o pai, os momentos mais difíceis serão nas travessias do Canadá para a Groelândia, e da Groelândia para a Islândia. "Lá o tempo muda com muita rapidez e é preciso tomar a decisão certa na hora certa".
O avião
A aeronave utilizada na expedição é um monomotor fabricado pela PIPER, com motor de 350hp bi turbo, não pressurizado, com alcance de 1300 milhas náuticas (2.400km), altitude máxima de voo de 25 mil pés e capacidade para 6 pessoas. Com consumo horário de 72 litros por hora em voo de cruzeiro, o avião foi batizado com o nome de PIPER MALIBU MATRIX.
Quem quiser acompanhar a expedição, basta curtir no facebook a página do projeto Brasil Voando Alto: http://www.facebook.com/BrasilVoandoAlto
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