HONG KONG – Quando a empresária Ren Hong voltou para casa depois de uma recente viagem à Pequim pela empresa estatal Air China, ela estava desejando uma refeição decente. A bordo da empresa ela sentiu falta da culinária picante de sua província nativa de ‘Sichuan’.
Daily Herald: 30 de setembro de 2012
Oferta escassa de alimentos a bordo pelas companhias aéreas chinesas passava pouco mais que do que "apenas o pão”. Foi uma experiência irritante para Ren, que se perguntou, por que o transportador não incluía o preço do serviço de bordo ao preço do bilhete da passagem?
Sua queixa destaca como viajantes chineses ficaram de fora da expansão enorme dos orçamentos das companhias aéreas que servem a Ásia. De quase nada há uma década, a região asiática tem hoje mais de 50 companhias de baixo custo. O rápido crescimento vertiginoso das companhias aéreas como a ‘AirAsia’ e recente subida das companhias, ‘Scoot Cingapura’ da Coreia do Sul e a Japonesa AirAsia devido a crescente demanda na região para o transporte aéreo mais acessível. O crescimento dos orçamentos indicados para a Ásia seguiram em expansão similar ao da Europa e da América do Norte nas décadas anteriores.
Porem, na China, onde o governo ainda mantém um rígido controle da indústria aeronáutica em rápido crescimento, três grandes operadores estatais dominam todo o mercado. Os esforços das autoridades da aviação "para supostamente proteger o usuário, assim como manter o crescimento das empresas, incluindo a indústria aeronáutica, muito rapidamente e sem comprometer a segurança, na média os viajantes como Ren, usada como exemplo na reportagem, pagam até o dobro nas empresas domesticas”.
"Descobri que bilhetes de avião dentro do mercado interno, por vezes, são mais caros que os internacionais, devido à monopolização e menor concorrência", disse Ren, senhora de 37 anos de idade, que dirige um negócio de exportação e também blogs sobre suas viagens em seu tempo livre, “mesmo para os bilhetes da Shanghai Airlines para temporada da primavera, considerada na China como temporada de descontos, o preço do bilhete é igual aos das grandes companhias aéreas durante a alta temporada", disse ela.
Enquanto os chineses viajantes estão se beneficiando dos preços das companhias aéreas estrangeiras que voam para algumas das cidades chinesas, criticam os analistas e consultores. E afirmam que tais medidas políticas do governo estão impedindo que o mercado de aviação doméstica se abra mais rapidamente. O mercado interno da China é um dos mais cobiçados mercado da indústria de viagens da Ásia, com 264 milhões de passageiros no ano passado, de acordo com a Autoridade de Aviação Civil da China, que prevê que esse número crescerá por cerca de seis vezes até 2030."O mercado doméstico na China tem permanecido mais ou menos uma fortaleza", afirma Xiaowen Fu, um especialista da aviação da ‘Polytechnic University’ em Hong Kong, e disse isso em uma recente conferência em Macau organizada pelo Sydney-based CAPA-Centro de Aviação.
Como outras indústrias essenciais na China, as medidas políticas são destinadas a proteger os poucos escolhidos da concorrência. As três maiores companhias aéreas da China são estatais, Air China Ltd. com sede em Pequim, a China Eastern Airlines Corp com sede em Xangai e China Southern Airlines Ltd. baseada Guangzhou, juntas transportam 191 milhões de passageiros em 2011. Porem, no primeiro semestre de 2012 os lucros deles despencou por causa dos preços mais elevados dos combustíveis e as perdas cambiais. O restante do mercado é dividido entre pequenas transportadoras estatais, algumas de propriedade de três grandes, e um punhado de operadores privados.
O resultado não surpreendente as companhias é uma sensação permanente que os passageiros estão sempre reclamando do serviço de má qualidade prestado e a falta de escolhas para voar.
"A comida das companhias aéreas chinesas é pior e mais básico do que o de qualquer companhias aéreas internacionais", disse Li Peng chinês de 25 anos, que recentemente deixou o emprego em Pequim para viajar pelo exterior por um ano."Quando o voo está atrasado eu nunca consigo obter qualquer ‘feedback’, informações, após as minhas queixas. Muitos voos estão atrasados por mais de duas horas", disse Li Peng. "Eu gostaria que houvesse mais linhas aéreas competindo pelo dinheiro do passageiro, especialmente no mercado interno da China", disse ele.
A política chinesa para a aviação civil dificulta a indústria de transporte principalmente de duas maneiras, de acordo com especialistas. Primeiro, torna-se quase impossível para uma empresa privada iniciar uma nova companhia aérea. Segundo, a política limita o crescimento das companhias aéreas existentes, incluindo as operadoras estatais, na medidas que restringem aprovações para aquisição de novos aviões e para novas rotas.
“Para as companhias aéreas que operam na China, todas elas têm de algum modo restrições, seja de ordem estratégica da operacionalidade, ou o que eles estão autorizados a fazer nos aeroportos, ou de como são autorizados a recrutar pilotos, ou no valor das taxas aeroportuárias", disse Con Korfiatis, diretor da ‘Flight Ideas’ Consultoria, especialista em aviação. "A explosão de aéreas de baixo custo na China ainda está sendo freada”.
Em contraste, as outras companhias aéreas continuam a oferecer descontos e espalham suas asas em outras partes da Ásia. Três delas começaram a voar para o Japão este ano, incluindo a Peach Aviation e AirAsia voando para Malásia, e a Jetstar para a Austrália. Sendo previsto que ainda em 2012 as empresas Scoot Singapore Airlines, Thai Smile, Thai Airways International e AirAsia inicie linhas para as Filipinas. No próximo ano, a Indonesia's Lion Air pretendem iniciar voos para Malindo Airways, e uma operação de baixo custo para a Malásia, informou a empresa no início deste mês.
A China Eastern Airlines Co. está se unindo através de sua companhia aérea de baixo custo em uma ‘joint venture’ com uma subsidiária da Qantas Jetstar, que será sediada em Hong Kong, em vez de na China continental.
As Autoridades da Aviação Civil da China sugeriram em julho que iriam apoiar as companhias de baixo custo, afrouxando o controle dos preços. Porem, o diretor Li Jiaxiang parou de anunciar as reformas políticas importantes.
As medidas não são destinadas apenas às transportadoras privadas elas também atingem as estatais chinesas. Analistas acreditam que as políticas são planejadas para impedir o crescimento desenfreado. Autoridades estão arrastando para baixo o após um período de crescimento sobrecarregado e durante o qual o número de passageiros cresceu 40% entre 2003 e 2004. Crescimento aquecido coloca uma tremenda pressão sobre os pilotos e a infraestrutura, como o controle de tráfego aéreo e os aeroportos, especialmente em rotas aéreas muito congestionadas entre as principais cidades chinesas, incluindo Pequim, Xangai e Guangzhou."O mercado já está crescendo entre 11 e 16% a nível nacional, com tarifas médias", disse Mario Hardy, vice-presidente da empresa de pesquisa UBM Aviation. "Imagine se um AirAsia ou Spring fosse capaz de amanhã baixar o preço pela metade. Quantas pessoas a mais estariam viajando?"
Hardy e, outros especialistas membros da indústria aeronáutica, acreditam que as autoridades chinesas irão permitir que o mercado de aviação se abrisse gradualmente, de modo que, não há tempo suficiente para construir a infraestrutura necessária. A China está construindo 82 novos aeroportos até 2015 e renovando outros 101 no período de cinco anos.
"Caso contrário, o transporte aéreo vai virar uma bagunça", disse Hardy. "Seria o caos".
Até então, os viajantes como a Rem, empresária e blogueira das viagens, terão de contentar com os preços elevados. Ren está planejando ir para a Índia em sua próxima viagem, mas está decepcionada com as opções limitadas de ofertas. Ela podia voar com a Air China a um custo de 4.000-5.000 Yuan (US $ 635 dólares – $ 790) ida e volta. Ou ela poderia pagar 2.000 Yuan (US $ 320) em AirAsia – mas ela teria de mudar de avião na base da AirAsia, sua casa na Malásia.
"É chato", disse Ren. “Mas a vida não é perfeita e eu não tenho escolha. Eu não poderia pedir o voo para ser barato ou oferecer uma rota perfeita”.
Tradução, montagem e edição: Roberto Maranhão
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