A Embraer prepara a nova proposta na competição LAS com sua aeronave Super Tucano, depois que foi ganhadora da primeira proposta cancelada pela Força Aérea Americana sem muitos esclarecimentos…
Valor Econômico: 02 de junho de 2012
Ivo Ribeiro
A Embraer, fabricante brasileira de aviões, já está pronta para disputar a concorrência reaberta pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para compra de aviões militares. Nesta segunda-feira, dia 4, a empresa vai entregar a documentação relativa à fase “past performance” (experiência da aeronave) e no próximo dia 18 a proposta comercial final. A informação foi passada por Frederico Curado, presidente da companhia.
A fabricante brasileira participa da disputa com o Super Tucano. Em consórcio com a americana Sierra Nevada venceu a concorrência no ano passado, mas o processo foi suspenso neste ano. O avião concorrente ao da Embraer é o AT6, fabricado pela americana Hawker Beechcraft.
De acordo com Curado, que se mostra otimista, o resultado da licitação, conduzida pela Força Aérea americana (USAF), só será conhecido em janeiro de 2013. Ele não soube explicar o porquê da data, mas fontes do setor apontam o processo eleitoral de escolha do novo presidente americano como a provável razão.
Segundo Curado, uma das alterações no processo traz um pouco de preocupação à Embraer – a que eliminou a comparação em voo dos aviões. Mas a empresa teve uma compensação, diz, com a segunda, que trata da comprovação de performance anterior do avião (past performance). “O Super Tucano é um avião bem superior ao da Hawker no tipo de missão que é definido na licitação”.
A concorrência envolve a compra de aviões de ataque leve, voltados para missões de contrainsurgência. “Enquanto o Super Tucano já tem uma longa experiência em combate em vários países, o deles é uma aeronave de treinamento que está sendo adaptada”, disse. “A performance dela será inferior”.
O Super Tucano tem 182 encomendas, das quais 158 já entregues. O avião está presente, além do Brasil, na Colômbia, Chile, Equador, Indonésia e República Dominicana. Há uma venda a um país africano ainda não entregue.
Vencer a disputa nos EUA, destacou Curado, é importante porque o governo americano passa a ser um cliente da Embraer. “Hoje, já são fornecedores do Departamento de Defesa dos EUA empresas italianas, francesas…”. Além disso, ganha a chancela de um cliente de peso internacional.
A concorrência envolve, nessa primeira etapa, um lote de 20 aviões, com valor em torno de US$ 355 milhões. A encomenda poderá chegar a 50 aeronaves, alcançando US$ 1 bilhão.
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