Friday, August 3, 2012

Hawker pode trazer Embraer de volta ao setor de turboélice

Hawker pode trazer Embraer de volta ao setor de turboélice:
Compra da companhia americana coloca a fabricante brasileira na liderança de uma área em que esteve presente até 2008, mas chineses da Superior Aviation entraram na disputa com uma oferta de US$1,7 bilhão

BRASIL ECONÔMICO: 02 de agosto de 2012
Ana Paula Machado
Aos 80 anos de idade, a companhia americana Hawker Beechcraft colocou sua divisão de aviação executiva a venda. A empresa encontra-se hoje em processo de concordata após acumular dívidas com fornecedores e por causa do desaquecimento do mercado. Entre os interessados, figuram nomes como a Embraer e a também americana Cessna. A Hawker tem valor estimado de US$1,79 bilhão. 
O Beechcraft King Air C90GTx é uma das mais cobiçadas aeronave do mercado brasileiro
Apesar da situação difícil, a companhia ainda é uma das líderes mundiais no segmento de turboélices, aviões com menor custo do que os jatos executivos. Também são mais versáteis por pousar em pistas de terra. 
Caso fique com o negócio, a Embraer garante sua volta ao segmento de turboélices, de lado desde que deixou de produzir o ultimo modelo Brasília, em 2008. A primeira proposta feita pela empresa brasileira, porém, não entusiasmou a companhia americana, que impôs como condições a manutenção das fábricas e dos empregos nos Estados Unidos e do plano de investimento, de acordo com Marcos Nogueira, diretor de Vendas da Hawker na América Latina. Procurada, a Embraer não quis se pronunciar. 
Painel de voo do Beechcraft King Air C90GTx 
Por enquanto, as conversas avançam com o grupo chinês Superior Aviation Beijing. As companhias estão em processo de due diligence e em 45 dias a americana vai decidir se aceita ou não as condições para a fusão. Caso a conversa com a Superior não avance, segundo Nogueira, a Hawker volta à mesa de negociações com a Embraer e a Cessna. 
A Hawker produz o turbolélice King Air, um dos modelos mais bem-sucedidos da categoria — só no Brasil, o avião responde por quase 50% da frota local desse tipo de aeronave. Além disso, o segmento tem crescido em ritmo mais acelerado do que o de jatos. 
A empresa também fabrica aviões militares, mas esta divisão não será colocada a venda.
Defesa
A companhia, porém, permanecerá com a divisão de defesa, considerada estratégica por concentrar importantes desenvolvimentos de tecnologia militar. A companhia produz o caça de treinamento e ataque leve AT-6, que concorre com o Super Tucano, da Embraer, numa concorrência com o governo americano da ordem de US$ 355 milhões. O resultado deverá sair no início do ano que vem. A Embraer chegou a vencer um certame anterior, mas a Hawker foi a Justiça contestar o resultada. . A Força Aérea dos EUA refez o processo de venda.
No ano passado, a Hawker obteve receita de US$ 1,28 bilhão com a venda de aviões e outros US$ 504 milhões com serviços de manutenção e de reestilização. Este ano, esse faturamento dever o ser menor já que a companhia descontinuou algumas linhas de produção em função do mercado em retração no mundo todo.
CREDENCIAIS

Desempenho da Hawker no ano passado
FATURAMENTO DA ÁREA DE AVIAÇÃO EXECUTIVA – US$ 1,78 bilhão

FATURAMENTO TOTAL – US$ 2,44 bilhões

PRODUÇÃO E ENTREGA – 280 aviões

FROTA EM OPERAÇÃO NO BRASIL – 333 turboélices – 48% do mercado local 

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